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Apenas 16% da indústria brasileira busca crédito em instituições alternativas

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Sondagem realizada pela CNI (Confederação Nacional da Indústria) que ouviu 1.770 empresas em abril/19, das quais 734 pequenas, 634 médias e 402 grandes, mostra que 84% das indústrias recorrem aos bancos tradicionais para obter crédito de curto prazo. Além disso, 69% os utilizam para obter crédito de longo prazo. Dessa forma, apenas 16% busca crédito fora dos bancos tradicionais. O estudo foi batizado de “Sondagem Especial de Crédito de Curto e Longo Prazos”.

Alternativas mais baratas, como por exemplo cooperativas, startup financeiras (as famosas fintechs)  e fundos de investimento em direitos creditórios (FIDCs, compostos por direitos de créditos que uma empresa tem a receber), são citadas apenas por pouco mais de 10% da indústria nacional

E quais foram as outras alternativas de financiamento citadas pelas empresas, além dos bancos tradicionais? No caso do crédito de curto prazo, as cooperativas de crédito aparecem em segundo lugar com 14% das respostas.

Já os FIDC e as operações de factoring (venda de direitos creditórios por pequenas e médias empresas) ficam empatados em terceiro lugar, com 13% cada uma. Normalmente as empresas recorrem aos FIDCs e às Factorings quando não conseguem crédito nos bancos tradicionais, uma vez que os juros dessa modalidade tendem a ser maiores.

No caso do crédito de longo prazo, os bancos de desenvolvimento, como o BNDES por exemplo, aparecem em segundo lugar, com 37%.

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Por que só uma parte pequena da indústria busca crédito fora dos bancos tradicionais? 

Primeiramente, a falta de concorrência no mercado de crédito é um dos principais fatores. Apesar do crescimento nos últimos anos das fintechs e das cooperativas, estas ainda representam muito pouco do mercado de crédito brasileiro.

Muitas fintechs e cooperativas optam por direcionar seu crédito às pessoas físicas, com o intuito de diluir o risco de inadimplência. É mais interessante para estas empresas emprestar um pouco para muita gente (as pessoas físicas), do que muito para pouca gente (as pessoas jurídicas). Dessa forma, a taxa de juros para empresas nessas modalidades acaba ficando mais elevada.

A segunda razão é que o financiamento subsidiado por bancos de desenvolvimento, como por exemplo o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), está cada vez mais escasso, já que o país enfrenta um sério problema fiscal e faz parte da política do novo governo reduzir o favorecimento a determinadas empresas ou setores.

Por fim, e não menos importante, a falta informação sobre as alternativas existentes no mercado de crédito faz com que as empresas procurem as opções mais conhecidas. As Fintechs e os FIDCs são operações relativamente novas e precisam ganhar visibilidade no mercado para atingir novos clientes.

Como aumentar o acesso a crédito

Além do estímulo a outras opções de financiamento, visando uma maior concorrência, a CNI defende, também, a revisão da legislação que regula a recuperação judicial no Brasil. Atualmente no Brasil leva-se cerca de 4 anos entre o pedido de recuperação judicial de dívidas até o pagamento. Um período extremamente longo cujo custo acaba impactando, dessa forma, nos juros praticados e na oferta de novos créditos.

Que empresas buscam crédito de curto prazo? E de longo prazo? 

O crédito de curto prazo normalmente é buscado pelas empresas para atender a demandas como, por exemplo, pagamento a fornecedores, despesas com funcionários e compra de insumos para a produção. Uma modalidade bastante comum para esse crédito, por exemplo, é o empréstimo para capital de giro, tradicional entre os bancos. São créditos com prazos próximos à 12 meses.

Já os financiamentos de longo prazo, por outro lado, são os tomados com objetivos mais estruturais em vista, como a compra de máquinas e de equipamentos, os investimentos em tecnologia da informação, a ampliação de fábricas e de capacidade produtiva, a compra de insumos para produção a longo prazo, a importação e a aquisições de outras empresas. São créditos com prazos superiores à 12 meses para pagamento.

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