Situações em que as empresas precisam de capital de giro, como uma crise econômica por exemplo, são comuns e conhecer as opções para sanar esse problema é importante. A forma mais utilizada para se obter capital de giro são os empréstimos bancários, mas a antecipação de recebíveis é uma excelente alternativa para pagar contas de curto prazo da empresa e fugir dos empréstimos.
Antes de explicarmos sobre a antecipação de recebíveis, é preciso ressaltar que como em toda operação financeira, é preciso ter planejamento e gestão para não prejudicar o caixa da empresa.
O que é antecipação de recebíveis?
Em síntese, a antecipação de recebíveis é uma operação financeira que consiste em adiantar o recebimento de valores que só chegariam ao caixa da empresa no futuro. Em outras palavras, através da antecipação, a empresa pode receber dinheiro referente a vendas a prazo, parceladas, com duplicatas, cheques e boletos antes mesmo do pagamento por parte do cliente.
A antecipação de recebíveis é uma alternativa de curto prazo, pois, com o dinheiro em caixa, a empresa pode cobrir despesas mais urgentes do negócio, evitando a contração de dívidas que poderiam se tornar uma bola de neve. No entanto deve-se sempre lembrar que é necessário analisar o fluxo de caixa como um todo, já que valores que entrariam no futuro deixarão de entrar.
Vamos exemplificar na prática: Suponha que sua empresa seja uma fábrica de alimentos e fez uma grande venda para uma rede de supermercados. O comprador solicitou o pagamento em seis parcelas, com o primeiro desembolso apenas em 60 dias. Dependendo da situação financeira da empresa, esse fluxo de pagamento pode resultar em menos recursos no curto prazo e em falta de capital de giro para as despesas recorrentes. Através da antecipação de recebíveis pode-se obter, antecipadamente, os valores a serem pagos pelo cliente e utilizar esse recurso para equacionar as contas e compromissos.
Uma das principais vantagens da antecipação de recebíveis é que a empresa recebe um dinheiro que já lhe é devido. Obviamente nesse tipo de operação há incidência de juros, mas, normalmente, são menores do que na contratação de um empréstimo. Custos menores de crédito significam melhor saúde financeira para a empresa – e para o empresário. Além disso, por oferecer menos risco à instituição financeira que fará a operação, a antecipação costuma ser mais fácil de contratar do que um empréstimo convencional para o capital de giro.
Quando recorrer à antecipação de recebíveis?
Uma empresa deve recorrer à antecipação de recebíveis quando não tem capital de giro suficiente para manter as obrigações do dia a dia e, obviamente, tem valores futuros a receber. Nesse caso, o recurso antecipado cobre as despesas mais urgentes para que a empresa continue operando e não deixe de pagar fornecedores e funcionários.
Muitas vezes, empresas menores fecham negócios com grandes clientes que pedem prazos extensos de pagamento. É comum as empresas menores verem nessas vendas, boas oportunidades de lucros e, com alguma freqüência, fecham negócio e se esquecem de analisar o fluxo de caixa para ver se a empresa comporta aquele fluxo longo de pagamento. Nesses casos, a melhor estratégia é traçar um plano adequado, que permita entender quanto dinheiro a empresa precisa para manter tudo em ordem até o recebimento e, posteriormente, analisar se é ou não necessário buscar crédito no mercado.
Um ponto muito importante a ser lembrado, por outro lado, é que recorrer à antecipação de crédito com frequência é um sinal de que o planejamento financeiro e a gestão do fluxo de caixa não estão sendo feitos de maneira eficiente. E esse tipo de problema é um importante indicador de mortalidade de empresas.
Contudo, se todo mês sua empresa precisa antecipar recebíveis, algo está errado. A antecipação não deve fazer parte do planejamento mensal da empresa, e sim ser considerada um suporte esporádico para a sustentação das atividades.
Como fazer a antecipação de recebíveis?
Após identificar as instituições que fazem a antecipação de recebíveis – e estas podem ser por exemplo bancos, factorings, securitizadoras ou FIDCs, deve-se analisar as taxas de juros cobradas por cada instituição na operação. Lembre-se de analisar as taxas como um todo já que cada instituição tem diferentes tipos de cobranças, taxas e tarifas. A incidência de impostos (IOF) também varia dependendo do tipo de instituição escolhida. Analise sempre o custo total.
Saiba também que para conceder a antecipação, a instituição analisa o histórico da empresa, sua solidez e a existência de restrições no nome. É uma análise de crédito como ocorre nos casos de empréstimos. A diferença é que por vezes, essa análise é mais flexível já que a operação de antecipação passa mais segurança às instituições financeiras.
Como utilizar os recebíveis antecipados?
Antecipar o recebível sem planejamento pode ser um tiro no pé da empresa. Saber para onde o dinheiro será destinado, quais contas serão pagas, quais investimentos serão eventualmente feitos, etc, é fundamental para não prejudicar a saúde financeira do negócio. Lembre-se sempre que qualquer tomada de crédito, mesmo com juros menores, traz junto algum risco.
O planejamento financeiro deve abranger não só o mês da antecipação, mas todos os meses posteriores à operação já que a empresa não poderá contar com o dinheiro que seria recebido mais tarde. Analise se o montante antecipado não fará falta futura e se não será necessário contrair novas dívidas.
Por fim, a antecipação de recebíveis é uma ótima operação financeira para alguns casos – para alguns casos. Analise bem se essa é a melhor solução para sua empresa e lembre-se que às vezes uma solução de curto prazo pode trazer um problema no médio e longo prazo – situação que a empresa deve evitar.
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